29 de julho de 2009

Reinoldo, o sapateiro

Da união com Apolônia Ghislemi, Raphael Bertozzi da continuidade a próxima geração dos Bertozzi com os filhos Elda,Reinoldo,Constantino e Vivalidino.
O filho mais velho do casal,Reinoldo Bertozzi,nasceu em 14 de julho de 1914, em Encantado,Rio Grande do Sul.
Aos catorze anos de idade, o futuro fundador da Casa Bertozzi deixou o Colégio Santo Antão para trabalhar na roça, e em 1931, com então dezessete anos de idade, foi aprender o oficio de seleiro com Constantino Borghetti, primo de seu pai Rafael.
Durante os três anos e meio em que permaneceu no emprego, trabalhava de segundas a sábados, sem receber pagamento algum, pois nessa época não era costume remunerar quem quisesse aprender um oficio. Com a modernidade trazendo os carros, os serviços que envolviam tropeiros e cavaleiros diminuiu, e a solução foi procurar outro rumo.
Com pouco mais de vinte anos de idade mudou-se para uma localidade denominada Paredão situada em Putinga, para aprender o oficio de sapateiro. Em troca disso, recebia estadia e alimentação na casa do um senhor chamado Stieven. Mas novamente seus planos não deram muito certo, e apos quarenta dias, deixou a localidade.
Com novos planos em mente, retornou a Encantado e na companhia de Rodolfo Lucca, viajou a Bento Gonçalves. Lá os dois começaram a trabalhar em uma sapataria que fabricava chinelos, mas novamente Reinoldo não se convenceu e apos dois dias de trabalho retornaram a Encantado.
Apos as experiências que teve, ficou com a idéia fixa de que fabricar chinelos seria uma boa alternativa, e em 1934 associou-se ao amigo Constante Merlo para juntos iniciarem um negocio. Com o credito que tinha,Reinoldo comprava o couro a prazo, e fabricava o produto final que era revendido na própria sapataria.O atendimento se extendia também a pequenos consertos e colocação de meia sola,esses feitos por Merlo.Para garantir a receita, em anexo a loja na rua Julio de Castilhos havia um mercadinho de frutas.
Em 1939, David de Nes vendeu sua loja de sapatos para Constantino Borghetti, que se associou-se ao sobrinho Reinoldo.A Loja foi transferida para estabelecimento localizado ao lado da Ford,numero 1332, e foi então que surgiu oficialmente a Casa Bertozzi.
Depois de três anos de parceria,os dois desfizeram a sociedade e Reinoldo passou a trabalhar sozinho.
As sandálias femininas que ele confeccionava ficaram conhecidas pelo nome“Moreninha”. Reinoldo recebia suas clientes, fazia a medida do pé e alguns dias depois o produto estava pronto pra ser entregue. As Moreninhas eram fabricadas na própria loja, que inclusive ficava aberta aos domingos para receber a clientela enquanto se deslocava para a missa.
As mercadorias a serem vendidas na loja eram obtidas através de muito sacrifício. Algumas eram trazidas em embarcações pelo rio Taquari ou transportadas por montaria pelo próprio Reinoldo. As que vinham pelo rio eram distribuídas por um freteiro que conduzia uma carroça pelas ruas e casas comerciais da cidade. Naquela época também se adquiria parte da mercadoria na Loja Heemann de Lajeado,e ali iniciou uma grande amizade entre os dois.
Seu Reinoldo, que cultivava uma espessa barba,como ditava a moda daquela epoca, trabalhava sozinho das 7h ate o meio dia, e das 13:30 ate as 18:00h. Nos fins de semana, Bertozzi se divertia nos bailes da Barra do Jacaré, em Muçum,localidades da moradia de Anorma Tombini, sua futura esposa.
Reinoldo e Anorma se casaram em 4 de janeiro de 1947 e foram morar no sobrado em cima da própria loja, que era alugada por Augusto Martini. Nesse mesmo ano nasceu o primeiro filho do casal, Norberto. Aos poucos o comercio começou a prosperar,e sentiram a necessidade de chamar alguém para ajudar,foi então que Anorma pediu ajuda a sua irmã Altahyr,a primeira funcionaria oficial da Casa Bertozzi.
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