29 de julho de 2009

A chegada dos imigrantes italianos ao Brasil

Foram cerca de 900 mil italianos entre 1886 e 1900. Os primeiros colonos italianos a chegarem a partir de 1875, procedentes do Tirol e de Veneto, eram pequenos agricultores trazidos com a intenção clara de colonizar terras devolutas do sul do país. Devido a esta política de colonização, os italianos do Rio Grande do Sul e Santa Catarina, tornaram-se pequenos proprietários e puderam trabalhar livremente, formando colônias que mais tarde se tornaram vilas e cidades.
Em São Paulo foi diferente; com o intuito de suprir a falta de mão-de-obra na lavoura do café do interior do Estado, o Governo subsidiou passagens incentivando a vinda de trabalhadores italianos da Lombardia, Mantova, Cremona, Calábria e Nápoles.
A crise pela qual a Itália passava mobilizava os operários e agricultores a procurar trabalho em outras regiões. O empobrecimento do camponês italiano do sul, devido à guerra pela Unificação do Estado Italiano (1860/70) e a nascente indústria que não conseguia assimilar o contingente de trabalhadores desempregados, facilitaram o serviço das companhias que arregimentavam trabalhadores em nome do Governo Imperial do Brasil.
No início as viagens eram feitas à vela e duravam cerca de 60 dias dependendo das condições climáticas. Já a bordo de navios a vapor, a viagem durava em média 36 dias. Os imigrantes alojados em porões, ficavam à mercê de doenças contagiosas, havendo muitos óbitos durante o percurso.
Para receber o imigrante, em 1882 foi criada a hospedaria no bairro do Bom Retiro. Devido a problemas de epidemia e pouco espaço, foi inaugurada em 1887 a Hospedaria de Imigrantes no Brás. Concebida pela Sociedade Promotora de Imigração, a hospedaria chegou a receber 8 mil pessoas de uma

única vez. O imigrante chegava principalmente pelo Porto de Santos e subia a serra nos trens da São Paulo Railway, desembarcado na estação da própria hospedaria. Era lá que,enquanto não celebravam seu contrato de trabalho,os imigrantes recebiam alojamento,assistência medica e alimentação.

No decorrer dos anos, houveram sucessos e também fracassos nos núcleos italianos de povoamento. No Rio Grande do Sul, por exemplo, houve casos de colônias muito bem sucedidas como as que originaram as cidades de Bento Gonçalves, Garibaldi e Caxias do Sul. Já em Santa Catarina os italianos tiveram que se dirigir para as colônias alemãs, anteriormente estabelecidas, e lá foram discriminados e explorados.

Em Minas Gerais os imigrantes prosperaram principalmente aqueles que se estabeleceram próximos às cidades e forneceram a mão de obra para obras publicas. Este foi o caso de Barreiros, Carlos Prates e Américo Werneck, criadas em 1896 nos arrebaldes da nova Capital, Belo Horizonte.

No Espírito Santo houve forte presença do imigrante italiano de 1870 ate 1920. Na Colônia de Demetrio Ribeiro,os lotes foram demarcados em terra fértil e a iniciativa prosperou.

No Paraná, as colônias próximas a Curitiba foram bem sucedidas. Lá era possível escoar a produção de alimentos e trabalhar na construção de ferrovias (Paranaguá-Curitiba e Curitiba-Ponta Grossa).Foram do Paraná que vieram algumas das informações sobre Sante Bertozzi,o antepassado italiano que deu inicio a formação da família Bertozzi em Encantado.

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